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Você decide mudar.
Começa empolgado.
Faz planos, cria metas, sente que agora vai.

Mas logo aparece uma “desculpa lógica”: o cansaço, o tempo, o momento errado.
E de repente, você se pega repetindo a mesma história de sempre.
Bem-vindo ao território da autossabotagem — o mecanismo silencioso que faz você lutar contra si mesmo.

A Psicologia do Auto-Bloqueio

Autossabotagem não é falta de força de vontade.
É fuga de desconforto emocional.

Toda mudança, mesmo positiva, causa ansiedade.
Seu cérebro não sabe diferenciar “novo” de “ameaçador”, então ele aciona o modo de autoproteção:

“Melhor parar antes que dê errado.”

É o mesmo mecanismo que impede você de tocar o fogo.
Mas, no mundo adulto, o fogo não é literal — é o medo do fracasso, da rejeição, da exposição.
Então, para se proteger da dor, você interrompe o progresso.
E chama isso de “preguiça”, quando na verdade é medo disfarçado.

Os Três Motores da Autossabotagem

  1. Medo do Fracasso:
    “E se eu tentar e der errado?”
    Então você evita tentar — e garante o fracasso de antemão, porque ao menos assim o controle é seu.
  2. Medo do Sucesso:
    Parece absurdo, mas é real. Sucesso significa responsabilidade, visibilidade, cobrança.
    O cérebro condicionado ao modo de sobrevivência teme o peso do crescimento.
  3. Crença de Indignidade:
    “Eu não mereço isso.”
    Essa crença, geralmente herdada de experiências de crítica ou rejeição, cria um limite invisível para o quanto você permite que sua vida melhore.

Como o Comportamento se Reforça

Na análise comportamental, o que mantém a autossabotagem é o alívio imediato.
Você foge da tarefa, sente alívio, e esse alívio reforça o comportamento de fuga.
Simples e destrutivo.

É o ciclo do “sei que estou me prejudicando, mas não consigo parar”.
O problema é que cada vez que você cede ao alívio, reforça a crença de incapacidade.
E o medo cresce.

Desconstruindo o Ciclo: 5 Estratégias Baseadas em Evidências

  1. Aumente a Tolerância ao Desconforto:
    Progresso é desconfortável. Treine seu corpo para suportar a ansiedade sem fugir dela.
  2. Reforce o Comportamento, Não o Resultado:
    Em vez de focar em “atingir a meta”, celebre o ato de manter o comportamento. O cérebro aprende por repetição, não por expectativa.
  3. Reescreva a Crença Central:
    Observe a frase automática (“não consigo”, “não mereço”) e a confronte com evidências reais.
  4. Crie Microvitórias:
    Pequenos avanços diários geram reforço positivo natural, reduzindo a força do medo.
  5. Busque Responsabilidade Consciente:
    Compartilhar metas com alguém (como um terapeuta ou mentor) cria contingências externas que sustentam o progresso.

A Verdade Dura: Você Não Tem Medo de Fracassar — Tem Medo de Se Ver Capaz

O maior medo não é cair, é sustentar o próprio poder.
Porque, quando você percebe que pode ir além, não há mais desculpa.
E isso exige maturidade emocional.

O caminho do crescimento é incômodo — e libertador.
Você não precisa eliminar o medo.
Precisa apenas agir apesar dele.

Psicólogo Analista Comportamental – Eduardo Muniz (CRP 21/06034)

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